Em reunião, nessa quarta-feira (24), em Brasília, representantes da CNT, do SEST SENAT, do ITL e do Instituto alemão Fraunhofer IPK debateram uma parceria tecnológica de aprimoramento do Despoluir – Programa Ambiental do Transporte, que, em 2017, completa dez anos. A partir da lógica de produção de manufatura avançada – área de expertise da organização alemã –, o projeto conjunto consistiria no monitoramento on-line das emissões de CO₂ (gás de carbônico) de caminhões e ônibus. A proposta está sendo analisada e pode ser viabilizada ainda neste ano.
O Instituto Fraunhofer de Sistemas de Produção e Tecnologia de Design (IPK, na sigla em alemão) é uma das 67 instituições da Sociedade Fraunhofer, entidade alemã com quase 70 anos, e considerada a mais importante da Europa na área de pesquisa científica.
Ao apresentar a estrutura da CNT, o diretor para assuntos internacionais da Confederação, Harley Andrade, falou da atuação global da entidade por meio dos seus escritórios na China e na Alemanha. “Um dos nossos objetivos é atrair investimentos para o Brasil. No caso da Alemanha, somos inspirados pela capacidade tecnológica desse país sério, e esse é nosso foco”.
Sobre a proximidade com o instituto, Andrade destacou que será importante para elevar o Despoluir a um novo patamar tecnológico, além de abrir um leque de possibilidades de parcerias e aplicações futuras no setor de transporte. “Podemos agregar tecnologia aos nossos estudos e pesquisas. Tem muita coisa para ser discutida e aperfeiçoada a partir de novos modelos de negócio”.
O diretor-adjunto do SEST SENAT, Vinícius Ladeira, informou que, em uma década, o Programa Despoluir já realizou aproximadamente 2 milhões de aferições de caminhões e de ônibus em todo o Brasil, com 17 mil empresas e 20 mil autônomos atendidos. Ele ressaltou, contudo, que, com os veículos saindo de fábrica cada vez mais sofisticados, a tendência, de médio prazo, é que não seja mais possível realizar a medição da opacidade dos gases de escapamento. “É exatamente onde entra o Instituto Fraunhofer IPK, na busca de alternativas a essa aferição, e o próximo passo é monitorar o CO₂ que esses veículos emitem”, explicou.
O IPK é referência internacional em Indústria 4.0, conceito criado na Alemanha em alusão às três revoluções já vividas pelo setor industrial, e atua nas mais diversas áreas, entre elas o transporte. O gerente de operações do Instituto no Brasil, David Carlos Domingos, registrou que a organização dispõe de soluções tecnológicas que podem ser aproveitadas no transporte e informou que, em breve, pretende apresentar proposta para aplicação do novo monitoramento dos gases poluentes emitidos por veículos.
Também participaram do encontro a diretora de relações institucionais da CNT, Olívia Pinheiro, o diretor-executivo do ITL, João Victor Mendes de Gomes e Mendonça, e o diretor-adjunto do ITL, Clever Soares de Andrade Júnior. Pelo IPK, também esteve presente o chefe do Centro de Competência em Inovação de Estruturas e Sistemas (CCIS), Patrick Cap.
Agência CNT de Notícias